sábado, 3 de abril de 2010

Partida

Estranho era pensar que ela não havia feito nada de errado, e apesar de ter essa certeza ela não queria olhar as outras pessoas nos olhos. Era como se a julgassem constantemente, não por si, mas pelos atos alheios, e como isso a incomodava. Nada em seu comportamento a condenava, ao contrário, seria ela sempre a vítima da situação, mas ela detestava aquele olhar de pena com o qual seu caminhar era sempre acompanhado pelas ruas daquela cidade. Ela abominava esse comportamento mesquinho, essas pobres almas que se compraziam com o erro do outro e julgavam como se fossem imunes ao erro e ao pecado. Pensavam e alguns até diziam: ela não merecia como puderam fazer isso a ela? Perguntas que ela jamais encontraria respostas. Decidiu que aquele jamais seria o lugar pra continuar seus dias, não suportava ter que viver toda a sua vida relembrando aquela situação, seria feliz, mesmo que fosse longe muito longe daquilo que antes seria o amor de sua vida... E em um dia nublado, não sabia se pelos seus sentimentos ou se realmente estava assim, partiu em busca da felicidade, partiu pra nunca mais voltar, partiu pra longe da mesquinharia e pobreza de sentimentos nobres... Partiu pra sempre.

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