sábado, 3 de abril de 2010

Partida

Estranho era pensar que ela não havia feito nada de errado, e apesar de ter essa certeza ela não queria olhar as outras pessoas nos olhos. Era como se a julgassem constantemente, não por si, mas pelos atos alheios, e como isso a incomodava. Nada em seu comportamento a condenava, ao contrário, seria ela sempre a vítima da situação, mas ela detestava aquele olhar de pena com o qual seu caminhar era sempre acompanhado pelas ruas daquela cidade. Ela abominava esse comportamento mesquinho, essas pobres almas que se compraziam com o erro do outro e julgavam como se fossem imunes ao erro e ao pecado. Pensavam e alguns até diziam: ela não merecia como puderam fazer isso a ela? Perguntas que ela jamais encontraria respostas. Decidiu que aquele jamais seria o lugar pra continuar seus dias, não suportava ter que viver toda a sua vida relembrando aquela situação, seria feliz, mesmo que fosse longe muito longe daquilo que antes seria o amor de sua vida... E em um dia nublado, não sabia se pelos seus sentimentos ou se realmente estava assim, partiu em busca da felicidade, partiu pra nunca mais voltar, partiu pra longe da mesquinharia e pobreza de sentimentos nobres... Partiu pra sempre.

Palavras a um grande conquistador...

Caro amigo, sei que espera ler outras palavras que não essas, porém você sempre me acusou de ser sincera demais, então não posso deixar de sê-lo ainda mais em um momento como este. Em comum temos nossa amiga, que aqui vou denominar de Dama, em longa conversa que pude ter com ela, ficou claro da paixão que você despertava na senhora, via-se em suas palavras e em seu olhar que ela desejava você com paixão, que estar ao teu lado meu amigo, era algo que a fazia mulher de verdade, embora também tenha-me dito algo inusitado, disse que tinha medo, pois a situação de vocês era inconstante, não confiava em ti suficientemente para largar um casamento de anos, pois você hoje traia vossa esposa para se encontrar com ela, no futuro nada garantiria que ela não estaria ocupando o lugar de mulher traída. Contou-me das dúvidas e das vezes que foi confessar-se com o vigário, haja vista que é católica fervorosa, e em muitas vezes pecou em pensamento por desejar estar ao teu lado, contou-me que ao deitar-se com o esposo tantas vezes desejou ser tu o homem que pudesse tocá-la. Chorou em meus braços a pobre criatura, angustiada que estava ao descobrir-se grávida, chorou de tristeza e de alívio, tristeza pois sabia não poder mais compartilhar contigo dos breves momentos de felicidade, tendo em vista que partiria em breve pra outros sítios, e sabia-se aliviada dando graças a ter resistido, não se entregando a ti, pois caso contrário não saberia quem seria o pai do filho que carregava agora em seu ventre. A dama meu caro amigo, chorou e me fez prometer que diria a ti essas palavras, ela por momentos acreditou te amar, mas sabia que não poderia ficar contigo, sempre soube que o amor de vocês não poderia acontecer, ambos eram casados, deveriam seguir cada um seu caminho. Deseja a ti que seja feliz, ela por sua vez aprenderá a viver longe de ti, palavras dela. Meu caro amigo nada mais tenho a dizer-te, essa não foi como todas as outras que conheceste não é? Trouxe-te surpresas que não esperavas.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Saudade




Esse texto é simplesmente maravilhoso...palavras que falam sobre tudo o que estou sentindo nesse momento
...saudade...



Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.


Mas o que mais dói é a saudade.


Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade de um filho que estuda fora. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro (ahhh o cheiro), dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.

Você podia ficar na sala e ela no quarto, "vc na rede e ele na cama", sem se verem, mas sabiam-se lá.


(...)
Saudade é basicamente não saber.

Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.

(...)

Não saber se ela ainda usa aquela saia.

(...)

Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, "se ele tá cuidando do seu jardim e se as borboletas que estão visitando esse jardim merecem essa dádiva"; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo "Skol e Nova Schin"; se ela continua preferindo "Smirnof Ice Black"; se ela continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ela continua cantando não tão bem; se ela continua detestando o Mc Donald's "e ele adorando"; Se ele continua amando; Se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo!

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; Não saber como frear as lágrimas diante de uma música; Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. "Não saber como se acostumar com a ausência dele ao acordar, o abraço de bom dia sem palavras, o olhar de quem precisa de colo".

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.


É não saber se ele está feliz, "se conseguiu aquele carro que sempre sonhou" e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...



( Adpto. do texto de Miguel Falabella)






A perfeição das coisas é dada pela intensidade de como elas acontecem!!

Escrever...

Escrever é uma das formas de entender o que se passa dentro de mim. Muitas vezes os sentimentos, quando colocados em um pedaço de papel, tomam proporções que não esperávamos. Por vezes tornam-se menores ou maiores do que havíamos imaginado. Por isso, quando escrevo, nada mais desejo do que entender o que sinto... (mas nem sempre isso é possível). Essa busca quase inútil do ser humano, insistindo em dominar tudo, sejam os sentimentos, pessoas ou os fatos da vida . E sem aprender que muitas vezes ele (o próprio homem) é que é dominado por tudo.

domingo, 22 de novembro de 2009

A saudade


Queria sentir diferente, mas acredito ser impossível. Diante de tanto sentimento como posso não sentir saudades? Sinto saudades das manhãs que me brindavam com o som da tua voz em meu ouvido, desejando a mim um bom dia. E aquele suave beijo no pescoço que você depositava quando eu estava a preparar o nosso café... O teu sorriso que me contagiava  em todos os momentos, mesmo nos mais inusitados. Como não sentir saudade de tuas mãos afagando meus  cabelos quando deitava a cabeça em teu colo e ouvia você dizer baixinho que me amava. Sinto saudades de te olhar dormir, de cuidar de você como sempre fiz. Impossível não desejar estar perto, te abraçar, beijar, tocar, ouvir, enfim compartilhar contigo a minha vida. Quando você vai voltar e trazer de volta a minha vida?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

é assim a vida.

Surpreendentes são os caminhos de nossas vidas... 

E ninguém conseguirá responder por que algumas almas se encontram, algumas vezes, uma única vez, nunca...
Conviver com a impossibilidade é uma missão, pra não dizer lição...
Como acalmar as tempestades dentro de si, quando a alma se debate, relutando em aceitar aquilo que não pode ser mudado?
Deixo a pergunta, enquanto continuo em busca da resposta...
Talvez jamais a encontre, estará o sentido da vida exatamente aí?

Nessa eterna busca? Na busca em saciar a alma de alguém, de ser saciado?

Querer tudo, ser tudo, tudo de corpo e alma...
Loucura querer ser tanto, sentir tanto, sentença ou interrogação? Talvez sejam os dois...
Dizem que para acalmar a alma só o tempo, que passa de maneira lenta, te possibilitando sentir absolutamente, cada pequeno sentimento, os tristes, os alegres, os angustiantes, os tranqüilizantes, todos...

Existem ainda, os que te consomem, as paixões, o tempo não sei por que atribui mais lentidão a sentimentos assim, creio que sua ardência e força exigem que assim seja...

Devemos então reverenciar e nos prostrar ao destino?

Convencer os corações obstinados, que insistem impetuosamente em sentir, sentir, sentir... que tal atitude não é o melhor a ser feito?
Pena que a razão não seja veementemente convincente em situações assim...
Mas o sentimento é muito mais persuasivo que a tão antipática razão...

Então até lá, até que os encontros aconteçam ou não...


Viva... Pois não existe outra receita...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Quando a alma fala...

Já disseram em algum momento: quando a alma fala, nada mais pode ser dito.



Ela é dona e possuidora de todas as forças que movem os sentimentos e que acalenta os corações humanos.


Quando deixamos de ouvir a voz da alma, estamos deixando de ouvir o nosso coração...e quando isso acontece, estamos deixando de viver, o que significa morrer aos poucos...


Mas é preciso ser sábio para ouvir o que a alma nos diz, por muitas vezes, a verdade esconde-se nas entrelinhas...


Às vezes ela nos diz verdades que não gostaríamos de ouvir, mas ela jamais nos engana.


Por vezes, quando não queremos ouvir nossa alma, acabamos encontrando outra alma amiga...e assim vamos vivendo a vida, cheia de encontros e desencontros com almas que nos preenchem, que vem e que vão... que deixam saudades...


Sejamos sábios para ouvir a voz da alma, mesmo que não seja a nossa...